sexta-feira, 12 de junho de 2009

Por Poesias Skylabianas

Manifesto-me reivindicando a inspiração por uma série de Skylabianas...

O que todas as Skylabianas teriam em comum? Não me é dado ainda saber, mas ainda assim arriscaria: Todas as Skylabianas teriam em comum o apreço pela sobreposição de planos na composição de todo agenciamento... Por conseqüência, o movimento das Skylabianas é de, diante da opção discursiva da coletividade social por um dos planos, da ênfase na determinação deste plano sobre os agenciamentos, e do ocultamento do plano antagônico/complementar, diante do silenciar de um dos planos, fazê-lo berrar... Independente de qual plano se trate...

Eis a nebulosa peculiaridade das Skylabianas... É fazer o jogo de Deleuze e Guattari, de dialogar com as noções de Plano de Imanência e Plano de Transcendência, e de assim como eles, não deixar nunca de lado a compreensão de que nenhum plano é mais bonzinho ou mais importante que o outro, e que um nunca exclui o outro... Mas fazer este jogo com uma pequena peculiaridade: Radicalizar tal compreensão! Quando for preciso fazer berrar a imanência, dar-se-á voz à imanência... Quando for preciso, no entanto, fazer berrar a transcendência, a transcendência berrará! E quem não gostar da idéia, sou de carne e osso e não tenho vida eterna... Me mata!

As Skylabianas são uma declaração de guerra... Uma guerra esquizoanalítica à esquizoanálise... Uma guerra Skylabiana contra Skylab... E uma guerra tropicalista contra a tropicália, também, por que não?

Tanto que a frase maestra de todas as Skylabianas será "Por Que Não?"... Questão emblemática de "Alegria, Alegria", de Caetano Veloso, mas também a prece por algo que convença o loucutor da frase a não radicalizar...

Na eminência de cada passo perigoso, fatal, repetir "Eu vou, por que não?"...

Mas o que são os tais dois planos? Exemplifico pra me terminar e me despedir:

Plano A: Somos uma organização criminosa espalhada por todo o mundo. EU sou o grande lider, a grande mente, o grande cérebro de cada ação. Comando cada passo de cada indivíduo do grupo, vigio cada passo imprevisível e calculo, pra saber tudo o que todos fizeram. Dou ordens e recebo notícias. Ninguém tem a visão do todo que eu tenho, e a eficiência do grupo passa pela centralização em mim dos saberes.

Se me derem um tiro na cabeça, o corpo todo morre. Meu e de nossa organização criminosa.

Plano B: Somos uma organização criminosa capilarizada por todo o mundo. EU sou um grande elemento ordinário, apesar de cumprir um papel central e essencial. Eu nem sei se eu sou eu. Nem sei se sou só um ou mais, talvez eu seja uma multidão. Eu coordeno meus atos, mas cada outro elemento ordinário deste grupo influencia sobre minha coordenação de meus atos. Cada elemento ordinário na verdade é uma matilha, e se uma matilha é extinta, mil outras virão. Não há um centro a ser atingido pra fazer a rede parar de uma vez.

As Skylabianas são essa noção de que algo que existe (qualquer agenciamento), é algo que tem em si a centralização e a descentralização, e de que sempre escolhemos por um dos planos, e por fim, de que é precisado fazer a outra margem do rio se juntar à dança das águas.

As Skylabianas são a terceira margem do rio que aqui fala!

Nenhum comentário: